Com o tema ‘Consumo Consciente e Educação Financeira’, a Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-Ba), órgão vinculado à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), realizou na manhã desta quinta-feira (17), no Colégio Estadual Professor Rômulo Almeida, no bairro do Imbuí, em Salvador, a ação educativa ‘Procon nas Escolas’. O evento, aberto com uma palestra proferida pelo diretor de ações educativas do Procon-Ba, Eduardo Pontes, teve como objetivo orientar os estudantes sobre a temática.

 

A atividade também deu suporte à comunidade local com a prestação de serviços voltados à defesa e proteção dos direitos do consumidor. Os atendimentos incluíram desde registros de reclamações e renegociações de dívidas, até questões relacionadas à água, energia, telefonia e cartões de crédito.

 

Foram montados dois estandes dentro da escola, um destinado à distribuição de materiais educativos ligados ao consumo, e outro voltado a orientações, atendimentos e registros de ocorrências. Amanhã (18), às 9h, a palestra será proferida pelo diretor de fiscalização, Iratan Vilas Boas, que abordará a organização e atuação da fiscalização do Procon-Ba.

 

Impressão dos estudantes

 

A estudante Lídia de Jesus, 17 anos, do 2º ano integral, moradora de Pernambués, ressaltou que a ação do ‘Procon nas Escolas’ é fundamental para que os jovens entendam mais sobre Educação Financeira. “Hoje em dia as pessoas consomem e, às vezes, se endividam, e isso é ruim. A partir do momento que você tem um conhecimento melhor, você vai usar melhor o seu dinheiro. É importante a pessoa ter essa educação, ter uma noção de que deve guardar dinheiro para as necessidades futuras e se organizar para realizar um sonho ou comprar algo que seja útil. É a primeira vez que estou participando de um evento como esse na escola e é muito válido”, afirmou.

 

 

Para o estudante Camel Farias, 15, 1ª ano/Meio Ambiente, também morador de Pernambués, a presença do Procon, que é um órgão de defesa e orientação ao consumidor, é uma experiência diferente porque proporciona a oportunidade de receber educação financeira. “É muito bom para as escolas mostrarem aos alunos que eles têm que melhorar a forma de usar o dinheiro, para não se endividarem. É um planejamento da vida financeira dos alunos para o futuro. Gasto muito e não me preocupo depois, mas vou começar a me preocupar”, disse.

 

O aluno Wanverson Américo, do 1° ano, morador do Arenoso, disse que aprendeu a se organizar financeiramente, trabalhando e ajudando a mãe desde cedo.“Esse projeto é uma boa ideia porque muitos não sabem administrar o dinheiro e gastam com besteira. Sempre busquei investir bem meu dinheiro, para aplicar em algum curso que possa agregar no futuro à minha profissão”, revelou.

 

O superintendente do Procon-Ba, Thiago Venancio, destacou que a ação é importante porque aproxima o órgão dos estudantes, que são o pilar preparatório para a sociedade, garantindo que eles estejam munidos de informações muito importantes, principalmente aquelas relacionadas às relações de consumo.

 

“O mercado de consumo vem tratando os consumidores de uma forma muito agressiva, com excesso de informações e de indução, levando as pessoas a consumirem cada vez mais. Isso nos preocupa e a SJDH, através do Procon, vem desenvolvendo trabalhos importantíssimos como este, aqui nas escolas, conscientizando e levando mais conhecimento aos alunos na rede pública”.

 

O gestor destacou que a ação se estende, não só para os alunos e funcionários da escola, mas também para toda a comunidade. “São diversos atendimentos gratuitos realizados pelo Procon nestes dois dias, como os registros de reclamações e renegociações de dívidas. Temos essa parceria já há muitos anos com as escolas e agora intensificamos e fortalecemos essa parceria. Estamos também com as nossas equipes em outras escolas da capital, Região Metropolitana de Salvador e do interior do estado”, informou Venâncio.

 

Consumo Consciente – O diretor do Colégio Estadual Rômulo Almeida, Elísio Santos, destacou que o projeto também desperta nos estudantes o conceito de consumo consciente na área ambiental. “Pensamos realmente no que vamos comprar, nas embalagens e nos resíduos. Já em relação à defesa do consumidor, os estudantes têm a possibilidade de saber seus direitos, porque hoje possuímos um mercado muito competitivo com globalização intensa”.

 

Ele enfatizou que a parceria entre a SJDH e a Secretaria de Educação (SEC) representa uma oportunidade de alertar os jovens quanto às boas práticas de consumo. “Percebemos muitas vezes algumas empresas tentando fazer propagandas enganosas e, às vezes os estudantes, que são muito jovens, podem sofrer alguma fraude. Com essa parceria fortalecida, eles são mais orientados. Que o consumidor tenha o seu direito garantido para que a aquisição do bem, do serviço, seja de plena qualidade para a sociedade”, declarou o diretor.

 

Com a ação do Procon-Ba, ressalta, o estudante pode ver como é que funcionam as questões burocráticas da matemática financeira no âmbito estadual, que é o Procon, um órgão que orienta e defende os direitos do consumidor. “Temos na nossa matriz curricular o componente da matemática financeira, então esse evento de hoje traz um momento que significa derrubar os muros da escola, aproximando o conteúdo que está sendo trabalhado em sala de aula com a parte prática”.

 

Superendividamento – O diretor de ações educativas do Procon-Ba destacou que o projeto é uma iniciativa muito feliz da SJDH, já que existe um grande problema no país com relação ao superendividamento das famílias brasileiras.

 

“Essa é uma questão que, hoje, está sendo cuidada, inclusive no Congresso Nacional, com relação a estabelecer na lei diretiva básica da educação de uma forma transversal, cuidando do tema. O Procon-Ba com sua política pública de defesa e proteção do consumidor, já saiu na frente, trazendo a educação financeira e de forma sustentável, porque cuida na raiz, cuida da questão do consumo consciente. E tem como viés, a educação financeira, porque é através do consumo que acontece 99% dos problemas do endividamento das famílias.

 

Pontes assinala que cuidar da educação financeira vai além de se pensar o orçamento, é também olhar para o meio ambiente. “Você cuida ao mesmo tempo da educação, para cuidar do planeta, da sustentabilidade ambiental e da sustentabilidade das finanças das famílias. É muito importante que isso aconteça nas escolas para cuidarmos na base, no nascedouro dos problemas. É um problema eminentemente de cultura, de educação. Existem os aspectos econômicos, mas o aspecto cultural se sobrepõe. Temos muitos casos de pessoas que ganham a mesma renda ou até renda menor e têm suas contas organizadas, e outras com a renda maior que possuem as contas desorganizadas”.

 

Fonte: Ascom/SJDH